Academia Maranhense de Trovas - AMT
A trova como instrumento de linguagem e emoções: poesia minimalista em sua completude
Textos
AMETISTAS: MULHERES PRECIOSAS DA AMT
* Wanda Cunha

Ela está em todos os lugares e nem precisa dizer a célebre e cicatrizante palavra: presente! Claro! Ela nunca está ausente. Ela é o que é: onipresente; singular e coletiva. Na pedagogia, tem o perfil de Albiane; na Música, ela é a voz de Carol, Na História, é a narrativa de Clores; na Psicologia, traduz a alma de Dilercy. Foi funcionária da Vale tal qual Elístia. No Jornalismo, vira a caneta de Franci. Nas leis, ela faz as vezes de Gracilene; Na escola, ela é a diretora Ivone; Em Gestão Ambiental, ela representa Joana. Na pesquisa, torna-se Jucey. Na Medicina Veterinária sinonimiza Lígia. No evangelho, ela retrata Luciana. Na advocacia, elabora as petições de Márcia. Ela ja foi gari como Goreth; fez teologia tal qual Neuza;  é colunista do Pauta Nossa, como Renata Barcellos; é professora igual a Rossana; abraça os serviços sociais da mesma forma que Tereza. Ela é um coletivo de mulheres que faz a diferença em todo o lugar a que chega. Singularmente, são mulheres que ocupam as dezenove cadeiras na Academia Maranhense de Trovas.

A ideia seria homenageá-las, neste Dia Internacional da Mulher. Entrementes, foram elas que, no ofício de trovadoras, acabaram prestando esta bela homenagem às mulheres de todo o mundo: Albiane Oliveira Gomes, ocupante da cadeira 10, compôs os seguintes versos: “Ela é rosa inebriante,/tem essência divinal./Com vida bem atuante./Mulher, és fenomenal!”. Ana Carolina da Cunha Rodrigues, ocupante da cadeira 40, sob o nome artístico de Carol Cunha, teceu os seguintes heptassílabos: “Somos mulheres vestidas/de sonhos e de  batalhas./Todas fortes, revestidas/pra quebrar muitas muralhas”

Clores Holanda Silva, ocupante da cadeira 37, exalta a mulher com estas redondilhas maiores: “Foi da costela de Adão/ que Deus fez um ser de luz,/ exemplo de perfeição,/ pra ser irmã de Jesus.”. Dilercy Aragão Adler, ocupante da cadeira 24, que tem como patrona Maria Firmina dos Reis, fez a seguinte trova para homenagear a romancista:  “Eu sou Maria Firmina,/ romancista brasileira./ Escrevo desde menina,/ Úrsula, alteza primeira!” Francidaval da Silva Monteles, ocupante da cadeira 23, na mesma linha  dilercyliana, teve a seguinte inspiração: Marias silenciadas/foram tantas na história/que Firmina, inconformada/mudou sua trajetória.”

Elístia Maria Aragão Mendes, ocupante da cadeira 4, deixou ecoar os seguintes versos: “Há muito não se consegue/sua vontade tolher,/ e assim a mulher persegue/tudo que deseja ser. Gracilene do Rosário Pinto Pereira, ocupante da cadeira 25, primou pela trova filosófica: “Nunca creais veramente em tudo aquilo que ouvis. Há quem não diga o que sente. Há quem não sinta o que diz”. Ivone Silva Oliveira, ocupante da cadeira 26, robustece seus versos com uma crítica social: “Muitas mulheres de cor/ são livres, mas são sofridas;/ corajosas, sem temor;/ amadas, mas perseguidas.”

Ligia Almeida Pereira, conhecida literariamente como Ligia Manguary, ocupante da cadeira 30, observa que a luta da mulher pelos seus direitos ainda não terminou: “Nossa luta é por mudança./ Temos muito a conquistar./ Completude e segurança/ precisamos alcançar”. Já Luciana Cristina Nojosa da Cunha, ocupante da cadeira 20, traça o perfil da mulher maternal:”Mãe do céu, doce presente,/ carregando tanto amor,/ zelando, assim, pela gente,/ esquece da própria dor.” Joana Maria Bittencourt, ocupante da cadeira  33, seguindo a mesma temática da trova anterior, tece os seguintes versos: ‘A mãe é estrela guia;/ protege e ampara seu filho,/ a que pare e a que cria; é astro com próprio brilho”. Enquanto isso, Márcia Regina dos Reis Luz, ocupante da cadeira 21, do garimpo de sua alma, extrai os seguintes versos: “Mulher, és deusa suprema,/ tão perfeita e tão amável./ Tua beleza é extrema;/ tens valor inestimável.”

Maria Goreth Cantanhede Pereira, ocupante da cadeira  18, assim versifica: “A mulher, maior tesouro/ que Deus fez com perfeição!/ Preciosidade de ouro./ Eu falo com convicção!” Neuzimar de Maria Mandu, ocupante da cadeira 16, presta uma homenagem à autora de Úrsula: “Nossa escritora Fimina,/ da Cidade Guimarães,/ é mulher, também divina;/ seus livros inspiram fãs”. Renata Barcellos, cadeira  27, presenteia as mulheres com esta bela trova:  “Mulher, ser iluminado,/ fonte divina de luz, /belo tesouro encantado,/suporte tamanha cruz!”. Rossana Cristina da Cunha desenvolve a trova lírica: “Mulher tem cheiro de rosa,/ tem um jeito encantador. Mulher, tu és preciosa,/quando espalhas teu amor.”. Tereza Cristina da Cunha e Silva, ocupante da cadeira 9, registra a sua homenagem à mulher por meio destes heptassílabos: “A mulher traduz leitura/da alegria, vida e amor./ Ela também é ternura/ que advém do criador.”

E eu, Wanda Cunha, a décima nona mulher,  entre as dezoito acadêmicas da AMT já citadas, calo-me, para melhor ouvi-las e aplaudi-las. Eis a tríade com que me visto para homenageá-las: gratidão, admiração e respeito!

*Presidente da AMT
Academia Maranhense de Trovas e Wanda Cunha
Enviado por Academia Maranhense de Trovas em 08/03/2024
Alterado em 08/03/2024
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